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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Escola de datilografia



Repetindo sequências de "asdfg" e "çlkjh" que a maioria dos jovens começava as suas aulas de datilografia, em grandes Olivettis e Remingtons, sob os olhos atentos de um rigoroso professor.

Ainda lembro dos dedos doloridos nas primeiras horas, principalmente o mindinho que parecia incapaz de dar conta de tantos "a", ainda mais com a mão esquerda.

Na Escola de Datilografia "Presidente Kennedy", no bairro do Jaçanã, em São Paulo, também aprendíamos a escrever cartas, memorandos, ofícios e todos os modelos de documentos comerciais, para ficarmos prontos e seguros para o mercado, logo após o fim do ginásio.

Antes do diploma tão suado, era preciso passar pela prova de fogo, que determinava a velocidade no teclado, em batidas por minuto, sem erros.

Não estou certo do meu resultado, mas presumo que deve ter sido medíocre, já que os dedos viviam cortados por linha com cerol e as unhas encardidas com sujeira da bicicleta, que deixava escapar a corrente.

É certo que mais tarde fiquei melhor. Após alguns meses como mensageiro de um grande banco, fui promovido para operar o telex, que exigia precisão e velocidade, ainda mais em transmissões internacionais.

Confesso que tenho certo orgulho dessa habilidade, ainda hoje, com o computador.

De vez em quando, penso no antigo mestre, não tanto pelo rigor das aulas, mas em como foi gentil ao me encontrar alguns anos depois. Lembrou do meu nome e de alguma situação engraçada, depois sorriu satisfeito ao saber onde eu trabalhava.

Era a sua recompensa.

Escrito em uma Adler Junior E

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