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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Magia de verdade





Espuma aplicada sobre uma área menor
Após alguns instantes, o resultado surpreende

Magia de verdade

Produtos de limpeza que prometem milagres existem aos montes, mas difícil mesmo é ver um deles funcionar como nas propagandas.

A 'Espuma Mágica' não me decepcionou. A primeira vez que usei foi para limpar o forro do teto do meu Fusca, que ficou amarelado pelo tempo e pela nicotina do antigo proprietário, que cuidou melhor do carrinho, por mais de 30 anos, que da própria saúde.

O vinil do VW não voltou a ficar branco, mas a espuma ajudou a tirar uma boa parte do encardido e das manchas mais acentuadas.

Meu sofá de tecido, com o resto da lata, também ganhou uma sobrevida. As manchas saíram com maior facilidade, sem molhar a espuma.

Por isso, o spray virou um item obrigatório na minha cesta de compras, me ajudando a recuperar o visual de todos os estojos das minhas máquinas de escrever.

Após o teste, espuma é aplicada em toda a superfície

Após alguns instantes, a sujeira sai sem esfregar. A mancha escura, de tinta, à esquerda do estojo, perdeu a cor com a ajuda do produto, mas exigiu um esforço maior
Anos de pó e sujeira acumulada desaparecem em pouco tempo de limpeza, deixando a peça como nova
A coisa é bem fácil. Basta aplicar a espuma sobre a sujeira, aguardar alguns instantes para que possa agir e, em seguida, passar um pano úmido para retirar a mancha.

O resultado é rápido e prático, como promete o rótulo.

O limpador é indicado para carpetes, bancos de carros, tapetes, sofás, vinil, fórmica e qualquer superfície lavável, por isso também uso para deixar meus tênis sempre limpos.

Estranho é entender por que um produto tão versátil é encontrado apenas nas prateleiras automotivas.



Preço aproximado: R$20,00

Importante: Esse blog não é patrocinado e não pode ser responsabilizado por qualquer dano ou prejuízo que o produto possa causar. É só o relato de uma experiência pessoal. Leia as instruções e siga as recomendações de segurança.



Luciano Toriello - 14/01/2016
Escrito com uma Olympia Traveller de Luxe

Olympia Traveller de Luxe - preservada com pouco uso, em condições originais. Tem o mesmo porte e padrão mecânico da Hermes Baby, com qualidade sensivelmente melhor, como é comum nas máquinas da marca alemã

domingo, 10 de janeiro de 2016

Facit TP1, uma portátil para poucos



Os antigos estojos reforçados, com estrutura de madeira e acabamento típico do final dos anos 1950, como o que acompanhava a Facit TP1, é um item indispensável para proteger a máquina da ação do tempo 
Como os carros e as bicicletas, nenhuma máquina de escrever é igual a outra, considerando o desgaste natural das peças, de acordo com o uso. A personalidade do equipamento se molda também na linha de montagem, com diferenças microscópicas no encaixe das peças e aperto dos parafusos.

O contraste só aumenta a cada comparação, até a mais evidente, quando máquinas de uma mesma época foram produzidas por diferentes fabricantes.

Quando comecei minha vida profissional, havia no escritório duas marcas de máquinas, a Olivetti e a Facit. A primeira me era mais familiar, por isso foi a escolha natural. Quando experimentei a Facit, não vi qualidades, porque minha opinião já estava previamente formada.

Por isso, quando voltei a me interessar por máquinas de escrever, não considerei a Facit. Meu foco ficou com a marca italiana e a Remington, mais conhecida. Depois, aos poucos, fui adquirindo outras marcas, como as diferentes alemãs, de acordo com as oportunidades que foram surgindo.

Minha Facit TP1, pintada de vermelho, me chegou com a negociação de um pacote de máquinas, entre outras que me interessavam. Estava quebrada, por uma queda sofrida, e surrada pelo uso intenso ao longo dos anos.

A Facit TP1 vermelha foi recuperada de uma queda e dos desgastes de uso intenso, mesmo assim, revelou sua qualidade e me incentivou a buscar outra igual, em melhores condições
Em uma escolha racional, deveria ir para a pilha de sucatas, mas preferi investir no conserto por dois motivos: gostei do tipo de letra e arrisquei, porque acredito que os melhores finais felizes não acontecem com as escolhas racionais.

Estojo tem formato e presilhas especiais para manter a segurança da máquina durante o transporte
Com tantos defeitos a serem corrigidos, um acabou esquecido e foi preciso retornar com a Facit para a oficina. Então, quando voltou pela segunda vez, achei melhor levá-la para o trabalho, para preencher alguns despachos em documentos e colocar a manutenção à prova.

O uso diário me fez gostar mais da nova companheira de mesa, a ponto de sentir sua falta em casa, no meio de tantas outras.

Passei a ver qualidades na Facit, como a precisão e a robustez mecânica, com um jeito bastante diferente das máquinas convencionais, que confere uma suavidade ao teclado, sem enroscar com a velocidade.

Todos os detalhes preservados, como as peças cromadas e a régua de acrílico no suporte de papel

Por isso, passei a buscar uma nova TP1 para a coleção, com todas as características originais que a minha velha guerreira não mais possui, o que é bem difícil de encontrar, diante da pequena distribuição desse modelo no Brasil, que chegou por importação da Suécia.

A Facit TP1 era importada da Suécia e recebia placa de identificação da Facit S.A, antes de ser distribuída para as lojas

O desejo acabou de ser realizado. Minha nova TP1 foi preservada quase sem uso, por mais de 50 anos, dentro do estojo original.

Com cores sóbrias, a Facit TP1 mantinha o perfil da empresa, que buscava atender ao mercado corporativo, sem a preocupação com opções de cores, como a Olivetti, que alcançava um público maior


Segundo o vendedor, a máquina ficou guardada desde que chegou da loja, como uma reserva, sem a titularidade que era ocupada por uma Olivetti Studio 44, que trabalhou até ser substituída por um computador.

Tipo da letra é um pouco menor que o tamanho comercial
Assim, devo agradecer à sorte e, por que não, à Studio 44, que ajudou a manter essa Facit intacta, para que eu pudesse encontrá-la.

Luciano Toriello - 10/01/2016
Escrito com uma Facit TP1



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Coleções


Quando garoto, gostava de começar coleções, mas nem sempre podia concluí-las de fato, porque as condições não costumavam ser favoráveis.

Adorava quando a Coca-Cola lançava coleções especiais nas tampinhas das garrafas, porque eram mais acessíveis, não que eu pudesse abrir garrafas de refrigerantes, mas podia contar com a amizade do pessoal que trabalhava na padaria perto de casa, então, não demorava a acumular muitas tampinhas especiais, como a série com os personagens da Disney, ou outra, com os jogadores da seleção brasileira.

Jogadores de vários times brasileiros também fizeram a minha alegria quando colecionei os cartões da série Futebol Cards. Eram envelopes com três cartões de jogadores e um chiclete Ping Pong, achatado, no formato do cartão. Cada card trazia a foto do jogador e, no verso, seus dados físicos e histórico profissional.

Então, eu podia montar times completos. Não me esqueço da emoção quando consegui o cartão do Zenon, líder do ataque do Guarani, que arrebentava no campeonato, junto com o Careca. Sempre fui Palmeirense, assim mesmo, com "P" maiúsculo, mas sabia admirar um bom jogador. Além do mais, a camisa verde do Guarani estava bem próxima do meu Verdão.

Minha coleção era imensa e fazia a mochila de cadernos pesar. Devo ter comprado uns 2 ou 3 envelopes, o restante foi conquistado no bafo que, para os cartões, exigia muita força. Não preciso dizer que nenhum dos meus cartões eram novos. Todos eram dobrados e com os cantos amassados, de acordo com as diferentes técnicas empregadas para virá-los nas disputas.

Outras figurinhas que fizeram a minha cabeça foram as dos Super Heróis Ping Pong, que vinham nos chicletes comuns e o álbum era encartado nas revistinhas. Na época, eu pouco sabia sobre a diferença entre DC e Marvel, até porque o álbum trazia personagens dos dois times, sem diferenciação.

Eram muitas figurinhas repetidas. Tocha Humana era uma praga. Batman e Super Homem eram raríssimos.

Mais uma vez, poucos foram os chicletes que pude mastigar. A maioria vinha do bafo ou do chão. Ficava no portão da escola, perto do carrinho do tio dos doces, recolhendo os papeis de chiclete que as meninas jogavam no chão, desinteressadas do assunto. Foi assim que consegui o Super Homem.

Álbum de figurinhas completo eu só tive quando o Governo do Estado de São Paulo lançou a Turma do Paulistinha, com a troca de notas fiscais, depois de enfrentar longas filas.

Minhas coleções ficaram perdidas pelo caminho, junto com embalagens de cigarros e selos recortados de envelopes.

Com elas, tive assunto para conhecer outras pessoas e aprender mais sobre diferentes assuntos, sem fazer muita força.

Vou guardá-las para sempre.

Luciano Toriello - 02/01/2016
Escrito com uma Halda portátil




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Tem, mas...




Com a fita da minha máquina de escrever prestes a dar seus últimos suspiros, saí em busca de uma nova, no armarinho mais próximo.

- Seu Adamastor, por acaso o senhor tem uma fita de máquina de escrever?

- Oi, meu filho! Tem sim, mas está em falta!

- E quando vai chegar, Seu Adamastor?

- Não sei. Quem sabe?

Daí, saio para uma caminhada mais longa, atrás de uma fita que tenha, mas não esteja em falta, imaginando que o Brasil deve ser um dos poucos lugares do mundo em que essa frase possa fazer algum sentido.

Tem repelente, mas está em falta.
Tem água, mas está em falta.
Tem saúde, mas está em falta.
Tem educação, mas está em falta.
Tem segurança, mas está em falta.

E quando vai chegar? Não sei. Quem sabe?

Luciano Toriello - 02/01/2016
Escrito com uma Halda portátil