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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Coleções


Quando garoto, gostava de começar coleções, mas nem sempre podia concluí-las de fato, porque as condições não costumavam ser favoráveis.

Adorava quando a Coca-Cola lançava coleções especiais nas tampinhas das garrafas, porque eram mais acessíveis, não que eu pudesse abrir garrafas de refrigerantes, mas podia contar com a amizade do pessoal que trabalhava na padaria perto de casa, então, não demorava a acumular muitas tampinhas especiais, como a série com os personagens da Disney, ou outra, com os jogadores da seleção brasileira.

Jogadores de vários times brasileiros também fizeram a minha alegria quando colecionei os cartões da série Futebol Cards. Eram envelopes com três cartões de jogadores e um chiclete Ping Pong, achatado, no formato do cartão. Cada card trazia a foto do jogador e, no verso, seus dados físicos e histórico profissional.

Então, eu podia montar times completos. Não me esqueço da emoção quando consegui o cartão do Zenon, líder do ataque do Guarani, que arrebentava no campeonato, junto com o Careca. Sempre fui Palmeirense, assim mesmo, com "P" maiúsculo, mas sabia admirar um bom jogador. Além do mais, a camisa verde do Guarani estava bem próxima do meu Verdão.

Minha coleção era imensa e fazia a mochila de cadernos pesar. Devo ter comprado uns 2 ou 3 envelopes, o restante foi conquistado no bafo que, para os cartões, exigia muita força. Não preciso dizer que nenhum dos meus cartões eram novos. Todos eram dobrados e com os cantos amassados, de acordo com as diferentes técnicas empregadas para virá-los nas disputas.

Outras figurinhas que fizeram a minha cabeça foram as dos Super Heróis Ping Pong, que vinham nos chicletes comuns e o álbum era encartado nas revistinhas. Na época, eu pouco sabia sobre a diferença entre DC e Marvel, até porque o álbum trazia personagens dos dois times, sem diferenciação.

Eram muitas figurinhas repetidas. Tocha Humana era uma praga. Batman e Super Homem eram raríssimos.

Mais uma vez, poucos foram os chicletes que pude mastigar. A maioria vinha do bafo ou do chão. Ficava no portão da escola, perto do carrinho do tio dos doces, recolhendo os papeis de chiclete que as meninas jogavam no chão, desinteressadas do assunto. Foi assim que consegui o Super Homem.

Álbum de figurinhas completo eu só tive quando o Governo do Estado de São Paulo lançou a Turma do Paulistinha, com a troca de notas fiscais, depois de enfrentar longas filas.

Minhas coleções ficaram perdidas pelo caminho, junto com embalagens de cigarros e selos recortados de envelopes.

Com elas, tive assunto para conhecer outras pessoas e aprender mais sobre diferentes assuntos, sem fazer muita força.

Vou guardá-las para sempre.

Luciano Toriello - 02/01/2016
Escrito com uma Halda portátil




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