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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

É tudo verdade...


Brutalidade policial é vencida por datilógrafo


Um turista desavisado, que passa por uma das ruas de Lucknow, na Índia, e vê Krishna Kumar, de 65 anos, cumprindo mais um dia da sua jornada de trabalho, com seu corpo franzino, pode facilmente confundi-lo com Mahatma Gandhi.

Mas, ao invés de tecidos e um tear, o homem produz, com sua máquina de escrever, cartas de saudades e de amor para as pessoas que passam pela agência postal da localidade.

Com o trabalho de 10 horas, que lhe garante o rendimento de 1 dólar ao dia, o ancião consegue prosseguir com sua delicada existência, como faz há 35 anos.

Até que, na manhã do dia 19 de setembro, sua rotina foi interrompida pelo subinspetor Pradeep Kumar, decidido a desocupar o espaço público.



Diante da insensatez e sem saber ao certo que reproduzia os ensinamentos do mestre pacifista, o datilógrafo preferiu resistir sem o uso da violência, mesmo depois de ver sua ferramenta de trabalho em pedaços, destroçada pela ira policial.


As imagens, registradas por um fotojornalista local, repercutiram nas redes sociais e, no dia seguinte, o superintendente da polícia recebeu a ordem de entregar uma nova máquina ao velho escriba.



O policial agressor foi afastado das suas funções.

Luciano Toriello - 18.11.2015
Escrito com uma Adler Junior-E

2 comentários:

  1. Curiosamente, a máquina de escrever que foi quebrada é uma Facit 1740, fabricada aqui no Brasil (em Juiz de Fora/MG) e exportada para vários países nos anos 80.

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    1. Bem lembrado, Rafael! A Facit continuou a produzir máquinas de escrever no Brasil, mesmo depois do encerramento das atividades da Facit AB, na Suécia, distribuindo para o mercado interno, basicamente o corporativo e órgãos governamentais. Também exportou para outros países.
      A Facit 1740 é uma bela máquina, robusta e com bom acabamento, mas tem características mecânicas da década de 1980, quando algumas peças e engrenagens eram feitas em plástico, para redução de custos. Ainda assim, me parece melhor que a sua contemporânea Olivetti Linea 98, pelo menos na qualidade final do produto.
      Gostaria de ter espaço disponível para adquirir uma delas, mas por enquanto sou obrigado a resistir às tentações.

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