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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

É preciso lembrar e cantar



  Sou de uma geração que viveu a infância sob o domínio da ditadura militar, portanto, recebi todas as influências educacionais direcionadas pelo regime, ainda que tenham sido insuficientes para aplacar o desejo por liberdade e a vontade de sair às ruas gritando por eleições "diretas já" e "abaixo a ditadura", anos depois de muitos jovens serem torturados e mortos em busca desses objetivos.
  Entre as diferenças da educação atual, tínhamos a rotina de cantar, todos os dias, o Hino Nacional, em fila e em plenos pulmões, antes de entrar para a sala de aula.
  Se alguém errasse a letra e o diretor ouvisse, eram mais 10 minutos em pé, ouvindo a ladainha de correções, todos em profundo silêncio. Cantávamos mais de uma vez ou quantas vezes fosse preciso para que o homem ficasse satisfeito e liberasse a entrada.
  Esporadicamente, também cantávamos outros hinos, até mesmo a Canção do Expedicionário.


  Hoje, meu filho de 15 anos diz que nunca foi preciso cantar qualquer hino na escola, nem mesmo em datas comemorativas.
  Entendo que as pedagogas modernas não desejam seguir o protocolo de Educação Moral e Cívica a que éramos submetidos, mas também acho estranho esse completo distanciamento dos símbolos da pátria, que acabam lembrados apenas nas grandes disputas esportivas.
  Também concordo que no mundo atual, em que um susto na China agrava a crise econômica no Brasil, o patriotismo tenha perdido muito do sentido.
  Mas se nossas crianças não aprenderem os hinos na escola, onde vão aprender? Outra pergunta, a quem interessa esse desconhecimento?
  É preciso ter orgulho de onde viemos e de quem somos, sem jamais perder a vontade de mudar e melhorar, afinal, somos todos "Brava gente, brasileira".

Luciano Toriello - 07/09/15
Escrito com uma Remington Letter-Riter

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