Olivetti Studio 44
Criada em 1952, pelo arquiteto e designer Marcello Nizzoli, a Studio 44 é uma preciosidade mecânica que reúne, além de formas perfeitas, uma qualidade de construção que jamais se repetiu em outros modelos da Olivetti, com peças em metais nobres e cromados que dificilmente descascam, perdem o brilho ou oxidam, mesmo com o tempo.
É uma irmã menor da Lexikon 80, por isso compartilha das características que dão, a ambas, uma escrita confortável e precisa.
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Tennessee Williams, em férias na Itália,
descobriu a Studio 44 |
Não teve variações de cor, além do clássico verde menta, e do marrom claro (ocre, no meu antigo estojo de lápis de cor), que é mais difícil de ser encontrado entre as produzidas no Brasil.
Na parte frontal, destaca-se uma sequência de frisos verticais, emoldurados por um arco que envolve o teclado, diferenciando-a do estilo arredondado que foi comum às máquinas dos anos 1950.
Vinha acompanhada de um luxuoso estojo de madeira, coberto com couro em bordô e revestido internamente por um veludo da mesma cor.
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Frisos emoldurados por arco marcam o visual
da Studio 44, diferente do padrão da época |
Tem uma régua de aço inox que fica na base do carro, com indicação das colunas, que aparecem em uma janela abaixo do vibrador (peça que movimenta verticalmente a fita). Essa indicação facilita a vida do datilógrafo que se preocupa em escrever com a margem direita justificada.
Se fosse fabricada hoje, com os mesmos padrões de qualidade, poderia ser comparada a uma Ferrari, enquanto a Studio 45, sua sucessora, seria um Fiat básico.
Apesar disso, pode ser encontrada com certa facilidade, em boas condições, por um preço razoável.
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Régua de colunas, em inox, aparece em janela abaixo
vibrador, para indicar a posição ao datilógrafo |
A minha Studio 44
Gosto tanto desse modelo que tenho duas iguais. Teria outras.
A primeira, chegou com aparência de abandono, mas se revelou perfeita com uma limpeza básica. O problema estava no estojo, em condições ruins. Por isso, procurei outra que tivesse um estojo melhor, mesmo que a máquina estivesse rumando para o ferro velho.
Não demorou a aparecer a candidata perfeita, ainda com a capa original.
Essa máquina tinha a pintura feia, com manchas, e a mecânica estava tomada por sujeira, por isso, mal escrevia.
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Transformação da pintura,
com limpeza e polimento |
Tive a ideia de desmontar para uma limpeza e cheguei a encontrar, entre os mecanismos, um resto de lápis borracha.
Mas, conforme avançava com o serviço, percebi que estava nova, sem nunca ter sido consertada em toda a sua vida útil.
Até mesmo a pintura voltou às condições originais com um simples polimento, sem qualquer risco ou descascado, nem mesmo nos ombros do teclado.
Ficou ainda melhor que a minha primeira, por
isso mereceu continuar com o seu estojo e passou a ocupar um lugar de honra na minha coleção.
Luciano Toriello - 31.10.2015
Escrito com uma Olivetti Studio 44
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Estojo em madeira forrado em bordô. Pesado, mas suficiente para proteger e preservar a máquina para a eternidade |