Brutalidade policial é vencida por datilógrafo
Um turista desavisado, que passa por uma das ruas de Lucknow, na Índia, e vê Krishna Kumar, de 65 anos, cumprindo mais um dia da sua jornada de trabalho, com seu corpo franzino, pode facilmente confundi-lo com Mahatma Gandhi.
Mas, ao invés de tecidos e um tear, o homem produz, com sua máquina de escrever, cartas de saudades e de amor para as pessoas que passam pela agência postal da localidade.
Com o trabalho de 10 horas, que lhe garante o rendimento de 1 dólar ao dia, o ancião consegue prosseguir com sua delicada existência, como faz há 35 anos.
Até que, na manhã do dia 19 de setembro, sua rotina foi interrompida pelo subinspetor Pradeep Kumar, decidido a desocupar o espaço público.
As imagens, registradas por um fotojornalista local, repercutiram nas redes sociais e, no dia seguinte, o superintendente da polícia recebeu a ordem de entregar uma nova máquina ao velho escriba.
O policial agressor foi afastado das suas funções.
Luciano Toriello - 18.11.2015
Escrito com uma Adler Junior-E
Curiosamente, a máquina de escrever que foi quebrada é uma Facit 1740, fabricada aqui no Brasil (em Juiz de Fora/MG) e exportada para vários países nos anos 80.
ResponderExcluirBem lembrado, Rafael! A Facit continuou a produzir máquinas de escrever no Brasil, mesmo depois do encerramento das atividades da Facit AB, na Suécia, distribuindo para o mercado interno, basicamente o corporativo e órgãos governamentais. Também exportou para outros países.
ExcluirA Facit 1740 é uma bela máquina, robusta e com bom acabamento, mas tem características mecânicas da década de 1980, quando algumas peças e engrenagens eram feitas em plástico, para redução de custos. Ainda assim, me parece melhor que a sua contemporânea Olivetti Linea 98, pelo menos na qualidade final do produto.
Gostaria de ter espaço disponível para adquirir uma delas, mas por enquanto sou obrigado a resistir às tentações.